Mercado de gigantes


Daniel Teixeira batendo um papo com André Caruso

Daniel Teixeira, da Reality Cigars, conversa com o Caruso Journal sobre o atual mercado dos charutos.

Por André Zanete

Aos 36 anos, Daniel Teixeira é a frente da maior empresa que atua no segmento de importação e distribuição de tabaco do país. Formado em administração, Daniel começou a trabalhar na Reality como assistente de vendas, auxiliando o gerente comercial da época. Ao longo dos anos começou a exercer mais responsabilidades na empresa, sempre voltadas para a parte de vendas.

A Reality Cigars foi fundada em 1995, por Antônio Teixeira, pai de Daniel, que percebeu a necessidade de trazer uma variedade maior de tabaco para o Brasil. Com a abertura do mercado nacional para importações, Antônio viu uma grande oportunidade de negócio. Através de parcerias, conseguiu disponibilizar produtos que eram antes encontrados apenas em tabacaria em vários tipos de pontos de vendas, como bancas de jornais, loja de conveniências e padarias, além de disponibilizar estes produtos nas mais diversas áreas do país.

Como foi seu primeiro contato com charutos?

Meu primeiro contato com esse mundo foi aos 13 anos. Por meu pai trabalhar com essa área, tive um contato muito cedo. Ia junto com ele em feiras de exposição e comecei a me interessar por esse assunto, mas fui experimentar meu primeiro charuto apenas aos 18 anos.

Quais são as marcas que a Reality tem no portfólio?

Atualmente trabalhamos com Don Diego, Vega Fina, Arturo Fuente, Quorum, Luis Martinez, Phillies, Hav-a-Tampa, Villiger, Vasco da Gama, e Al Fakher e Bali Hai, de fumos de narguile.

Como você enxerga o mercado de charutos?

Esse mercado tem crescido bastante. Ainda é um mercado de predominância cubana, mas pelo menos nos últimos anos é possível perceber que o consumidor tem procurado outros produtos. Antes, a cada 10 charutos que o consumidor comprava, 10 eram cubanos. Hoje são 7, os outros 3 são dominicanos, nicaraguenses ou de outro mercado.

Por que você acha que isso está acontecendo?

Eu acho que o mercado ficou mais maduro. O consumidor brasileiro percebeu que não é só o cubano. Apesar de o charuto cubano passar um status e ter a fama de ter o melhor tabaco do mundo, eu acredito que ele perde para Nicarágua, Honduras e República Dominicana  quando falamos na construção do charuto.

Algumas das marcas que a Emporium Cigars trabalha

A Reality trabalha com um grande número de pontos de vendas, como que está o mercado de tabacarias? Está evoluindo?

O conceito de tabacaria tem aumentado muito. A Caruso, por exemplo, tem barbearia, bar e restaurante, serviços que antes não eram encontradas nas tabacarias, então isso tem trazido algo novo pro mercado. Antigamente a pessoa só ia para comprar um charuto e ia fumar em casa. Então a gente tem percebido essa evolução, o que é muito bom para mercado.

Como você vê o mercado de charutos no Brasil daqui alguns anos?

Eu acho que a tendência é a evolução da linha Premium. Tudo que a gente peca em maquinado e aromatizado está com os dias contados, não acredito que terão uma vida útil longa.

Quais são os próximos passos da Reality?

Um dos nossos passos vai de encontro ao que eu falei anteriormente. Estamos enxergando a linha Premium como um futuro, algo que não era nosso forte. Se pegarmos 4 ou 5 anos atrás, não tínhamos uma categoria de linha Premium forte, então foi de 5 anos pra cá que começamos a acrescentar outras marcas Premium para agregar nosso portfólio. Nosso plano é trazer novas marcas, só estamos pesquisando quais.

ÚLTIMO TERÇO DO CHARUTO

Por André Caruso Sacchi

Qual o charuto que você mais aprecia?

Eu tenho alguns, se eu tiver que falar um fica muito difícil. Eu gosto muito do Arturo Fuente 858, é um charuto que eu gosto bastante. Gosto muito também do Liga Privada N° 9. Acho que colocaria estes dois como os principais.

Você tem um momento especial com o charuto que você guarda?

Não tenho. Eu fumo bastante charuto (risos), então não tenho um momento único.

O que seria uma harmonização ideal para um charuto? Quem sabe um prato, uma bebida…

Eu não gosto de fumar comendo. Mas agora para harmonizar com bebida é sempre com um Single Malt. O Glenfiddich 12 Anos é meu preferido para harmonizar. Mas quando vou degustar um charuto pela primeira vez bebo apenas uma água ou nada.

Como prefere degustar um charuto? Sozinho, com os amigos, em uma boa tabacaria…  

É uma boa pergunta. Gosto das duas situações, acho que vai muito do momento. Fumar sozinho você consegue pensar e refletir, mas acompanhado também é muito bom.

Qual país do mundo você ainda quer conhecer?

Um país que eu não conheço e tenho gostaria de conhecer… Eu acho que seria a Grécia. A Grécia é um país que está na minha lista.

Qual seu hobby? Uma coisa que você gosta de fazer nas horas vagas, que você é apaixonado?

Além de viajar, que é algo que gosto muito mas não faço frequentemente, gosto de jogar futebol. Acho que esse é o esporte que gosto bastante. Gosto de jogar e bater bola com os amigos, na Reality a gente tem um dia pra jogar futebol com o pessoal. É um momento que a gente desestressa.

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