GIN: a febre do momento


Foto: André Zanete

Entenda por que esta bebida é a nova sensação nos drinks do Brasil e no mundo

Se você gosta de um bom drink já deve ter notado que uma das receitas mais clássicas da coquetelaria internacional voltou com força total nos últimos anos, o Gin Tônica.

O gin é um dos destilados mais antigos do mundo, a base de cereais que depois passa por um processo de infusão com botânicos, com zimbro e outras especiarias. O resultado final pode ter graduação alcoólica entre 40% e 50%.

Uma das principais características deste produto é o seu caráter extremamente aromático. Cada marca no mercado se destaca por suas combinações únicas de ingredientes. A legislação determina que o zimbro sempre esteja presente na receita, mas aceita outros ingredientes como cascas de frutas cítricas, sementes de coentro, pimenta da Jamaica, raiz de alcaçuz, pimenta do reino, farinha de amêndoa, entre outros. Recentemente novas marcas foram lançadas com ingredientes como pepino, pétalas de rosas, morango, açafrão, eucalipto e erva mate.

De remédio a problema social

O Gin nasceu na Holanda no século XVII criado pelo médico e professor Sylvius de Bouve. Ele acrescentou óleo de zimbro ao destilado de grãos para produzir o que ele chamou de genièvre, que tinha como finalidade servir como estimulante diurético e para o tratamento da lombalgia.

Da Holanda ele foi para a Inglaterra, onde era muito consumido até que começou a ganhar uma fama de bebida ruim por conta de sua produção ser em destilarias de fundo de quintal. Naquela época as águas do Rio Tamis que banham Londres, eram muito poluídas para o consumo, quem tinha dinheiro bebia vinho ou cerveja. Foi aí que o gin de má qualidade encontrou um grande mercado consumidor. Nessa época ele chegou a ser combatido com campanhas muito parecidas com as que vemos hoje contra drogas ilegais.

Estilos & Sabores

O gin atualmente é produzido em muitos países, são várias marcas e apresentações diferenciadas, mas ele tem uma variedade de estilos que sempre é seguido pelos produtores.

London Dry Gin – Tem um estilo mais seco e puro, foi criado em Londres logo após o surgimento do alambique contínuo, inventado em 1831. Este tipo de destilação conseguiu retirar sabores desagradáveis que eram encontrados na produção do gin. É o estilo mais produzido no mundo atualmente.

Genever – É o destilado holandês que deu origem ao gin que temos no mercado hoje em dia. Também conhecida como hollands, jenever ou genebra, carrega muito o sabor da cevada ou centeio que foi utilizado em sua produção.

Old Tom Gin – Na época em que o gin não era destilado em alambique contínuo, era adicionado açúcar ao destilado para uma retificação limitada/purificação. Desta forma o gosto áspero da fermentação era mascarado por este processo.

Plymouth gin – É um estilo de gin que em 2008 ganhou o status de IGP – Indicação Geográfica Protegida. Ele é produzido na cidade inglesade Plymouth.

Existem outros estilos, mas estes quatro são os mais conhecidos. Podemos ainda classificar o gin pelos sabores que sentimos.

Clássico: é um gin seco que tem o sabor predominante do zimbro. Pode apresentar toques cítricos e picantes.

Aromático: leva diversas especiarias em sua elaboração. Pode ter notas de canela, coentro, cardamomo e noz-moscada.

Floral: tem na sua composição aromas de flores e frutos.

Cítrico: traz notas de laranja, tangerina e limão.

Herbal: sabores de ervas como o alecrim, a hortelã, tomilho e manjericão.

Retorno e sucesso

O Gin manteve sucesso até os anos 80, quando caiu no esquecimento por conta do sucesso da vodka como ingrediente básico para vários coquetéis. Outro fator foi o que muitos consideravam a bebida sofisticada demais.

Foto: André Zanete

A volta do gin em grande estilo nos últimos três anos também está ligada a sofisticação de um clássico como o Dry Martini e a simplicidade do Gin Tônica. Um dos grandes responsáveis indiretos por este renascimento foi o chef espanhol Ferran Adrià, que costumava beber seu Gin Tônica em taças balão e não no copo clássico long drink que a receita original pede.

O uso da taça balão fez toda diferença no boom do drink mundialmente. Por ter um pé, a taça não esquenta em contato com a mão e a área de exposição do líquido, outros ingredientes e decoração é muito maior dando uma visibilidade muito grande para a receita.

Receitas clássicas e imperdíveis

A Caruso conta com uma boa quantidade de gins clássicos como as marcas Tanqueray e Beefeater e outras inovadoras que surgiram recentemente como o Monkey 47. Hardnei Oliveira, Head Bartender da casa, criou a receita Ginmoncello que foi apresentada no lançamento desta edição do Caruso Journal e vai ficar no cardápio por um curto período de tempo.

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