RECÔNCAVO BAIANO É PALCO DO ORIGENS


Primeira edição do festival reuniu aficionados e profissionais para uma imersão no berço do tabaco premium nacional

Por Alexandre Avellar

    A principal região produtora de tabaco para charutos do Brasil foi palco do 1° Festival Origens, dos dias 30 de novembro a 2 de dezembro. Localizada a 116 quilômetros de Salvador, a cidade de Cachoeira recebeu aficionados e profissionais interessados em conhecer um pouco mais sobre produtos que representam a região e que são referência no mundo, como cachaça, café, charuto e chocolate.

    Palco de uma história centenária, o Recôncavo da Bahia é também berço do plantio de tabaco no Brasil. Nesse solo rico em cultura e em características físicas, que tornam o Charuto Baiano diferente dos demais em qualidade, foi celebrado o 1° Festival Origens do País. Com mais de 450 anos de tradição, o território cuida desde o plantio da semente até o charuto acabado, que é comercializado para várias partes do mundo.

    O charuto produzido em terras baianas detém características únicas, que garantem qualidade para competir com os demais charutos presentes no mercado mundial. Essa qualidade é conquistada por conta de diferentes aspectos peculiares do Recôncavo, em relação ao solo, clima, à cultura e história. A união desses elementos aliada à expertise do saber-fazer, são ingredientes para a receita do sucesso. Não é por acaso que a região é uma das principais exportadoras de tabaco premium do mundo.

    O tabaco brasileiro é muito conhecido e respeitado no exterior e vários dos charutos mais premiados do mundo utilizam este tabaco na composição do seu blend. Manufaturas da Nicarágua, Honduras e República Dominicana utilizam matéria-prima do Brasil para incrementar a qualidade na produção e riqueza de sabor de seus charutos, seja na capa, no capote ou miolo.

    O festival foi uma oportunidade única para conhecer a cultura, história e cadeia produtiva do tabaco, além de aprender suas melhores harmonizações. Durante os três dias de evento, os participantes visitaram as principais manufaturas do País e exploraram as várias possibilidades de harmonização do bom charuto com cachaça, café e chocolate.

Festival Origens

    A abertura do evento foi no charmoso Cine Teatro Cachoeirano onde o especialista em charutos e bebidas Cesar Adames falou sobre a longa história do tabaco no Recôncavo Baiano. Após a palestra os participantes foram para o pátio da Pousada do Convento do Carmo onde foram recebidos com uma apresentação de música e dança típicas da região. A noite foi a oportunidade dos participantes e organizadores se conhecerem melhor, tudo isso acompanhado do melhor da culinária baiana e, é claro, de muito charuto.

    A sexta-feira começou com visitas às fábricas de duas das principais manufaturas nacionais, Menendez Amerino e Monte Pascoal. Nas visitas os participantes puderam conhecer todos os processos de produção dos charutos e acompanhar de perto trabalho da manufatura. De lá, todos foram para Muritiba para a Fazenda Santa Cruz. Um belo almoço foi servido e os participantes ainda tiveram tempo para degustar um charuto após a refeição apreciando a vista das cidades de Cachoeira e São Felix de um ângulo privilegiado do alto da montanha onde se localiza a fazenda.

    A primeira harmonização do festival foi feita entre charutos e chocolates. A CHOR, produtora de chocolates, apresentou três linhas do seu produto, com 44%, 70% e 88% de cacau na composição. Foi uma oportunidade para uma experiência sensorial de harmonização entre as três opções para a identificação de qual delas combina melhor com o charuto degustado.

    A tarde de degustação foi seguida da harmonização dos cafés da Latitude 13. Nela, os charutos foram harmonizados com diferentes tipos de café, preparados por métodos variados. O fechamento do dia ficou por conta de uma apresentação cultural de dança folclórica no salão principal do Centro Cultural Dannemann.

    O terceiro dia do evento começou cedo com uma visita a Terra Dannemann. Os participantes puderam conhecer os processos de plantio do tabaco desde a preparação das sementes até a imensa plantação de tabaco desta que é uma das maiores exportadoras deste produto do mundo. Os processos de secagem e fermentação das folhas também pode ser visto de perto nas instalações da empresa.

    À tarde os participantes puderam conhecer os processos de produção na fábrica da Dannemann e acompanhar o trabalho das enroladoras de charutos desta charmosa manufatura. De lá seguiram para a fábrica da Leite e Alves, produtora dos charutos Leite e Alves e Le Cigar.

    A Rio do Engenho conduziu a harmonização de charutos e cachaças após contar uma breve história da criação do produto no Brasil. A harmonização foi feita com as cachaças branca, envelhecida três anos em Bálsamo e as reservas envelhecidas em barris de quatro madeiras (Amburana, Bálsamo, Louro-Canela e Itaúba) com graduações de 45% e 38%.Assim participantes puderam perceber os diferentes impactos que a madeira e a graduação alcoólica promovem na harmonização.

Cachaças Rio do Engenho

    O jantar de encerramento, novamente na Pousada do Convento do Carmo, fechou com chave de ouro o Festival Origens. O balanço final foi muito positivo e todos os participantes saíram encantados com as manufaturas nacionais, com as experiências vividas e com o festival como um todo, que surpreendeu pela organização e qualidade já na sua primeira edição

FESTIVAL TAMBÉM É PALCO DE LANÇAMENTOS

    O Festival também foi palco de dois lançamentos de duas manufaturas nacionais. A Monte Pascoal apresentou o Monte Pascoal Década em comemoração aos 10 anos da marca. O lançamento tem sua produção limitada a 500 estojos com dez unidades na Bitola Robusto. Com tabacos de 2013 envelhecidos por três anos e com os charutos passando por uma maturação de um ano, este lançamento já pode ser encontrado nas prateleiras das principais tabacarias do País. A outra novidade foi o Dannemann Artist Line Edição Limitada 2010. Este lançamento de 100 caixas numeradas de dez unidades na Bitola Toto, esgotou-se ainda durante o festival. A boa notícia é que a empresa garantiu que no próximo ano essa bitola entrará no mercado no portfólio regular da marca, mas não como uma edição limitada.

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