#TBT CIGAR MAGAZINES


Coleção das mais famosas Revistas de Charutos já disponíveis no Caruso Lounge – POR CÉSAR ADAMES

Toda a semana a hashtag tbt é muito utilizada pelos usuários da
web. Só no Instagram o famoso jogo da velha já aparece mais de
500 milhões de vezes na busca de tag. A #TBT vem da palavra
em inglês “Throwback Thursday”, que significa algo como “de volta à
quinta-feira”. Os usuários costumam postar fotos de viagens, festas ou
algum momento especial com a hashtag TBT para indicar que se trata de
uma imagem antiga, de muitos anos atrás, com no mínimo de 5 anos de
existência.

Este artigo vai fazer um #tbt das primeiras revistas de charutos que
surgiram nos anos 1990, tempo em que a informação sobre o assunto
só era obtida por meio dos livros e das novas revistas que começaram a
aparecer em grandes quantidades.

A primeira de todas – Cigar Aficionado

Sua origem acontece depois que Marvin R. Shanken, fundador da M.
Shanken Communications, que publica a revista Wine Spectator, viajou
para Cuba com o jornalista James Suckling. No voo de volta para os
Estados Unidos surge a ideia de fazer uma revista exclusiva para este
mercado. No outono de 1992 a primeira edição com um preço de US$
3,95 chegava às bancas. Depois desta data o mundo dos charutos nunca
mais seria o mesmo.
A periodicidade da revista era trimestral e na sua oitava edição que
teve na capa Fidel Castro, verão de 1994, o boom do charuto começou.
Depois dele, várias personalidades apareceram na capa da revista: Jack
Nicholson, Tom Selleck, além de Linda Evangelista e Demi Moore. Agora
fumar um charuto além de um prazer virava uma moda que passava a ser
seguida pelo americano médio. Com certeza a revista foi uma das grandes
responsáveis por termos um mercado tão grande hoje em dia.

Mas voltando à edição No. 1., o que ela trazia para seus leitores? O que
podia interessar este mercado que estava adormecido? Artigos variados
como a história da marca Cohiba, um tour pela República Dominicana e
suas marcas que começavam a fazer sucesso nos Estados Unidos, uma
matéria sobre o recém-lançado filme do diretor Ridley Scott 1492 – A
conquista do Paraíso, uma lista de Cigar Friendly Restaurants e o primeiro
tasting de charutos da revista com o formato Robusto.

Nesta avaliação foram listados 23 robustos, 6 cubanos, 9 da República
Dominicana, 4 de Honduras, 2 dos Estados Unidos, 1 do México e 1 da
Nicarágua. As cinco maiores notas foram dadas ao Cohiba Robusto (96)
que empatou com o Flor de Cano Short Churchill, (formato da marca
cubana que já não existe mais), o Bolivar Royal Coronas recebeu 93
pontos e o Davidoff Special R e o Macanudo Hyde Park Café empataram
com 91. Os preços naquela época também eram bem mais camaradas.
Um Cohiba Robusto valia US$ 12,12, o Bolivar US$ 7,60, Davidoff US$
7,50 e o Macanudo apenas US$ 3,00.

Tradicion Espanhola – Epicur

Epicur Placeres Privados, Virtudes Públicas, esse era o título da revista que teve sua primeira edição publicada em outubro de 1993 com um preço de 500 pesetas. “Nota histórica – A peseta foi a moeda corrente da Espanha
entre 1869 e 2002”. Na capa o ator Michael Douglas, recém-saído do filme Instinto Selvagem com Sharon Stone, trazia a chamada para o artigo “Cuando Hollywood excitaba a fumar”.

O título Epicur fazia referência direta ao filósofo grego Epicuro (341 a.c.- 270 a.c.) que pregava o bem viver e degustar coisas boas da vida. Lamentavelmente naquela época não tínhamos charutos.

A revista tinha um toque bon vivant com artigos como os melhores Bloody Marys de Londres, melhores hotéis da Europa. Um artigo sobre Guadalajara, no México, para logo em seguida apresentar um artigo sobre tequila e seus drinks. Na parte dos charutos não podia faltar uma matéria sobre a marca Cohiba contando toda sua história. Doze páginas desta edição foram dedicadas ao tema da capa onde apresentavam vários artistas de Hollywood fumando, grande ideia para incentivar o mercado que começava a crescer.

Outra matéria que recebeu destaque nesta edição foi sobre as grandes famílias de Cognac, bebida que nos anos 1990 era uma das harmonizações mais conhecidas com charutos. Outro artigo sobre como preparar um dry martini perfeito também complementou a parte das bebidas. A matéria “Un puro placer” trouxe um vocabulário do mundo dos charutos, os 10 maiores charutos no mercado e 25 conselhos de Zino Davidoff que acabara de sair de
Cuba para produzir seus charutos na República Dominicana.

Quase 100% tabaco – L’amateur de Cigare

A revista L’amateur de Cigare teve sua primeira edição publicada em junho de 1994 com preço de capa de
35 francos, moeda comum em vários países como França, Bélgica, Suíça e diversos países africanos. Alguns
mudaram para o euro outros não.

Focada no mercado de charutos a revista chegou a ter mais de 90% do seu conteúdo voltado para o tema. Na
primeira edição a matéria de capa tratava do charuto cubano como um todo e ainda trouxe uma entrevista com
Francisco Padron, diretor da Cubatabaco, hoje Habanos S.A., estatal cubana que controla toda a comercialização
de todas as marcas de charutos. Em outra matéria encontra-se um panorama detalhado sobre a Real Fábrica de
Charutos Partagas.

No painel de degustação inicial seis charutos no formato Robusto: Credo Arcana Arturo Fuente Épicure, Don
Diego Toro, Rey del Mundo Choix Supreme, Cohiba Robusto e Hoyo de Monterrey Epicure No. 2.
Outra matéria muito interessante é sobre um francês da região de Champagne, Jean Clement, que resolveu
produzir seus charutos na República Dominicana em 1982 e passou a comercializar seus puros com a versão
latinizada do seu nome Juan Clemente na França e Suíça. Outra grande matéria é Romeo y Julieta seigneur
des Churchills, que trata o formato Churchill da marca Romeo y Julieta como uma referência para o formato.

Smoke – Charutos e lifestyle

Esta é outra revista norte-americana que surge em 1995 seguindo a onda da Cigar Aficionado. Com uma pegada
mais jovem e descontraída a revista apostou no lifestyle e trouxe matérias interessantes como a história da
marca Flores, um negócio de família em Cuba, que teve que mudar de país após a revolução cubana. Cigar
Labels, histórias por trás das marcas de charutos, é um artigo sobre os 150 anos da marca Partagas.
Na parte fashion da revista, sports, sounds, fashion spirits, travels dominavam mais da metade desta edição.
Detalhe interessante, nas duas últimas páginas quadrinhos com o detetive Double Corona.

Cigar Journal, clássica até hoje

Cigar Journal começou no outono de 1994 como Cigar Cult Journal e logo depois foi chamado de European Cigar Cult Journal. Foi criada em uma editora que já tinha uma revista de vinhos austríaca chamada Falstaff (semelhante à Cigar Aficionado, fundada pela editora Wine Spectator nos Estados Unidos).

Inicialmente, o European Cigar Cult Journal pretendia ser uma publicação de nicho para os mercados de língua
alemã (Alemanha, Suíça, Áustria) e para o número crescente de entusiastas de charutos.

A revista teve muito sucesso até 2005, quando a União Europeia introduziu a proibição da publicidade ao
tabaco. Esta nova lei proibia publicações publicamente disponíveis de imprimir qualquer anúncio de tabaco.
Foi quando o ex-proprietário da revista decidiu se mudar para fora da UE e se internacionalizar. Desde então,
o Cigar Journal (como é chamado desde 2011), é uma revista global sobre charutos, uma das maiores do setor
com 106 números publicados.

Por 26 anos, o Cigar Journal tem se dedicado a cobrir todos os ângulos do mundo do charuto e reunir a
comunidade global de apreciadores do assunto. Com publicação trimestral, é a primeira revista de charutos
publicada em três idiomas: alemão, inglês e espanhol, em duas versões bilíngues: inglês / alemão e inglês /
espanhol.

A revista Cigar Journal é impressa nos Estados Unidos, Europa e Ásia simultaneamente e é vendida em livrarias,
bancas de jornais e tabacarias finas em mais de 50 países. Disponível para assinatura anual ou semestral pré-paga em todo o mundo. Com cerca de 200.000 leitores, é a publicação de charutos líder mundial atualmente.
Em 2020 foi criada a 1ª versão digital (somente em espanhol).

 

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