Um pouco da história de uma das marcas de maior prestígio do mundo e suas coleções icônicas
Por André Zanete
A famosa marca de relógios Omega começou em uma pequena oficina montada por Louis Brandt, na cidade de La Chaux-de-Fonds, na Suíça, em 1848. Em seus primeiros trinta anos, Brandt manteve um negócio modesto, mas vendendo seus relógios para clientes em todo mundo. Louis veio a falecer em 1879, deixando a empresa para seus filhos César e Paul Brandt.
Os irmãos desenvolveram um processo totalmente novo de fabricar relógios, o que permitiu que La Generale Watch Co (como era chamada na época) produzisse relógios com partes intercambiáveis. Estes relógios receberam sua própria linha: Omega, que também dá nome ao movimento, Calibre 19. O sucesso foi tão grande que, em 1903, Omega tornou-se o nome oficial da marca.
A reputação de sua precisão e inovação rendeu a Omega inúmeras honrarias em seus 170 anos. Em 1909, os cronógrafos da Omega foram escolhidos como os marcadores oficiais da lendária Copa Gordon Bennett de balões de ar-quente, que ocorreu em Zurique, Suíça. Mas foi em 1932 que a Omega firmaria uma de suas parcerias mais importantes, quando foi escolhida para ser a cronometrista oficial dos Jogos Olímpicos de Los Angeles, e de lá pra cá esteve presente em todos os jogos.
Visitamos a Boutique da Omega, no Shopping Cidade Jardim, para conhecer um pouco mais sobre a história da marca e suas coleções mais famosas. Convidamos também, o entusiasta por relógios Thomas Ziemer para participar da visita. Thomas, inclusive, possui um pequeno relógio de bolso da marca, o Omega Art Deco 1927 Calibre 40,6, que pertenceu a seu bisavô Giuseppe Brancati. O modelo possui todas as peças originais e as datas de suas revisões estão marcadas na caixa.
MESTRE DOS MARES
O Omega Seamaster ficou popularmente conhecido como o relógio do icônico agente 007, ao ter aparecido no pulso de Pierce Brosnan no filme 007 – GoldenEye (1995), o décimo sétimo filme da franquia e primeiro de Brosnan no papel do espião. Mas sua história vem desde 1948, quando foi lançado. Imediatamente virou um sucesso e liderou as vendas da marca na época, e hoje figura como o modelo mais antigo dentro da atual coleção da Omega.
Para falarmos do Omega Seamaster precisamos voltar alguns anos antes de seu lançamento, mais precisamente para 1936. O explorador Charles William Beebe queria testar a durabilidade de seu Omega Marine e mergulhou a uma profundidade de 14 metros no Oceano Pacífico, onde a pressão é duas vezes maior que a normal. Beebe ficou encantado com a resistência de seu Omega e muito feliz por poder testemunhar como os métodos de produção dos relógios evoluíram. A partir daí, a Omega passou a ser reconhecida pela qualidade de seus relógios de mergulho, o que aumentou ainda mais com o lançamento do Omega Seamaster.
Inspirado nos relógios de pulso à prova d’água feitos para o exército britânico no final da Segunda Guerra Mundial, o Seamaster foi o primeiro relógio robusto, ainda assim elegante, feito para aqueles que procuram atividades na cidade, no campo e no mar.
A chave para o sucesso deste relógio foi sua junta de borracha O-ring. Naquela época, os relógios à prova d’água usavam juntas de chumbo, que eram suscetível às alterações de temperatura. O primeiro recorde de mergulho do Omega Seamaster foi alcançado em 1955, quando o mergulhador Gordon McLean alcançou 62.5 metros de profundidade.
O ano de 1957 testemunhou o lançamento da linha Professional com o Seamaster 300, o Speedmaster e o Railmaster. O Seamaster 300 foi a escolha de famosos exploradores e mergulhadores ao longo dos anos, além de ser usado pelo Serviço de Bote Especial Britânico e outras unidades militares.
A busca dos mergulhadores por profundidades cada vez maiores, levou a Omega a criar o PLOPROF (PLOngeur PROFessional – mergulhador profissional) Seamaster 600, lançado em 1970, após anos de pesquisas e testes. O PLOPROF recebeu em 2009 uma nova edição: PLOPROF 1200M. Esta nova edição mantém a aparência resistente e arrojada da original, mas foi atualizada para o Calibre Master Chronometer 8912 da Omega, apresentando uma tecnologia revolucionária reconhecida pela sua resistência antimagnética, desempenho cronométrico e precisão.
UM GIGANTESCO SALTO PARA A HUMANIDADE
Referido na comunidade de relógios como “Moonwatch”, o Omega Speedmaster é um relógio que entrou pela história, não apenas por ser o primeiro cronógrafo de pulso do mundo, com sua escala taquimétrica na luneta em vez de impressa no mostrador, mas também por ser o primeiro relógio a visitar a lua.
Introduzido em 1957, como parte da linha Seamaster, o Speedmaster só chamou atenção da NASA no ano de 1962, quando o astronauta Wally Schirra levou seu Speedmaster pessoal a bordo da Mercury Atlas-8, fazendo dele também o primeiro relógio da Omega a ir para o espaço.
Posteriormente, a NASA testou uma série de cronógrafos para serem usados em futuras missões. Omega, Rolex e Breitling, os principais candidatos, competiram pela aceitação no programa da NASA. Após uma bateria de testes o Speedmaster foi escolhido como cronógrafo oficial das missões espaciais norte-americanas.
A Apollo 11 decolou no dia 16 de julho de 1969, do Centro Espacial John F. Kennedy, na Flórida. Quatro dias depois, os astronautas Neil Armstrong e Buzz Aldrin aterrissaram o módulo lunar na superfície da Lua. Mais de 600 milhões de telespectadores, assistiram da Terra, Armstrong descer a escada do módulo e dizer às imortais palavras “Um pequeno passo para o homem, um gigantesco salto para a humanidade”. Vinte minutos mais tarde, Aldrin desceu do módulo e se juntou a Armstrong na superfície lunar. Preso em seu traje estava o Omega Speedmaster, que a partir deste dia receberia a alcunha de “Moonwatch”.
Outro grande destaque do “Moonwatch” foi durante a Missão Apollo 13, marcada pelas palavras “Houston, nós temos um problema”. A tripulação utilizou um Omega Speedmaster para cronometrar uma queima de combustível de 14 segundos que os ajudou a retornar para casa em segurança, já que o Módulo de Comando estava morto após a explosão de um tanque de oxigênio. O Omega Speedmaster foi premiado com o Silver Snoopy Award – concedido aos funcionários da NASA por conquistas no campo de segurança de vôo.
ALÉM DO ESPORTIVO
Cada companhia possui sua série de valores, crenças e ideias que correm por sua essência. Isso define seu posicionamento e também o impacto em suas operações e seus produtos. A Omega é uma marca que possui uma forte identidade e uma forte herança na produção de relógios. Entretanto, muitos associam a marca como sinônimo de relógios esportivos, devido ao grande sucesso do Speedmaster e do icônico Seamaster.
Durante a feira internacional Baselworld de 2015, a Omega introduziu o Omega Globemaster: um relógio que redefine uma clássica linha de relógios únicos. O modelo é descendente do clássico Omega Constellation, carro chefe da Omega nas décadas de 50 e 60.
A linha Constellation tinha duas características marcantes: elegância e precisão. Ela pode ser dividida em dois períodos: de 1952 até 1964, cujo os relógios eram marcados pela combinação de caixas suntuosas e refinadas, mostradores “Pie Pan” e marcadores com imensa precisão; e de 1964 até 1978, quando mudaram drasticamente de aparência, mas continuando com a elegância, luxo e precisão do anterior.
O novo modelo da Omega é um relógio inspirado pelo DNA da Omega e representa como nenhum outro modelo a identidade da marca. Esta peça é de extrema importância para a Omega. Ela foi atualizada para se tornar o primeiro Master Chronometer do mundo, reforçando ainda mais sua reputação na indústria relojoeira. Agora a empresa resolveu ir mais longe e lançou o primeiro modelo com complicação da linha. O novo Globemaster continua com os mesmos atributos técnicos do apresentado em 2015, mas agora com 41 mm de diâmetro (o anterior possuía 39 mm) e a complicação de calendário anual, entregue por um ponteiro central azul envernizado.
Atualmente a Omega faz parte do conglomerado suíço Swatch Group, fundado por Nicolas Hayek, e integra a categoria “Prestige and Luxury Range”, junto com Breguet, Harry Winston, Blancpain, Glashütte Original, Jaquet Droz, e Léon Hatot.
Visite a boutique da Omega para conhecer mais sobre os modelos e sobre a história dessa grande relojoaria.
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