Quando a Espuma e a Fumaça se Encontram


Caruso Journal harmoniza um Hoyo de Monterrey com cervejas Baden Baden

POR CESAR ADAMES

A cerveja é a melhor prova de que Deus existe e nos quer ver felizes. Esta frase, atribuída a Benjamim Franklin, patriarca da independência norte-americana, pode ser considerada uma verdade para milhões de apreciadores desse líquido amarelo. Porém, para outros, a cerveja vai muito além disto. Ela pode ser vermelha, escura, turva, com gostos e aromas peculiares que fazem a alegria dos verdadeiros fãs desse néctar dos deuses.

Até hoje, a região, a época e o modo como ela surgiu são um mistério. Para muitos, é a bebida alcoólica mais antiga do mundo, pois existem vestígios de sua existência há 8 mil anos. A bebida, como a conhecemos hoje em dia, surgiu na Europa, na Idade Média. Era produzida por monges, nos mais variados tipos. Eles introduziram o lúpulo na composição, substituindo os aromatizantes utilizados inicialmente, mudando o sabor e o aroma da bebida, destacando suas características.

Em 1516, na Baviera, o Duque Guilherme IV instituiu a Reinheitsgebot, lei da pureza, que determina que apenas água, malte, lúpulo e levedura podem ser usados na receita. De lá para cá essa lei ainda é levada a sério e a escolha dos ingredientes segue um padrão de qualidade rigoroso. Até a água usada no processo é um fator que pesa. Por isso, a maioria das microcervejarias se localizam em cida­des de serra próximas a fontes de água pura. Pro­duzidas artesanalmente, elas vêm aparecendo cada vez mais nas prateleiras, e chegam para provar que, assim como no caso do vinho, é preciso escolher entre diversos tipos.

UMA HISTÓRIA DE SUCESSO

Elaborada com água de Campos do Jordão, vinda de uma fonte a dois mil metros de altitude, as cer­vejas da Baden Baden seguem rigorosamente a Lei da Pureza e passam por um processo lento para ga­rantir o seu sabor.

A história da Baden Baden tem início em uma mesa de bar, quando quatro amigos – Alberto Fer­reira, Aldo Bergamasco, José Vasconcelos e Marcelo Moss – decidiram produzir no Brasil cervejas espe­ciais, do tipo que só eram encontradas lá fora. Al­berto e Aldo eram importadores de cerveja e tinham grande experiência em distribuição. Um de seus prin­cipais clientes era José Vasconcelos, o Vasco, dono do bar e restaurante Baden Baden, que acabou dando o nome para a fábrica. Com a chegada de Marcelo Moss, que era proprietário da The Beer Store, uma microcervejaria em São Paulo, e tinha conhecimento da produção, o time ficou completo e aí surgiu a Cer­vejaria Baden Baden de Campos do Jordão. A Baden é considerada uma das pioneiras entre as artesanais e foi a primeira a divulgar o conceito de har­monização de diferentes cervejas com gastronomia.

HARMONIZAÇÃO COM CHARUTOS

Quando se fala em harmonização de charutos e be­bidas, os destilados como rum, conhaque e uísque, sempre são as primeiras escolhas. Na parte dos fer­mentados, vinhos fortificados, como Porto, Madeira e Jerez, são ótimas alternativas, mas as cervejas tam­bém podem ser uma boa opção. Para provar que a parceria pode dar certo, reunimos apreciadores no Caruso Lounge para uma degustação do cubano Hoyo de Monterrey Epicure No 2 e quatro estilos de cervejas. Os rótulos servidos foram:

BADEN BADEN 1999 – Estilo bitter ale. Tem tom avermelhado e amargor um pouco mais pronunciado do que as ales padrão. Teor alcoólico de 6%.

BADEN BADEN RED ALE – Com tom averme­lhado, encorpada e cremosa, é uma English Bar­ley Wine com 9,2% de teor alcoólico.

BADEN BADEN CHOCOLATE – Tem 6% de teor alcoólico e notas adocicadas de baunilha e chocolate. No aroma, toque adocicado, mas, na boca, o amargor característico de maltes tostados e lúpulo surpreende.

BADEN BADEN STOUT – Sabor que vai do amargo ao doce. Bem encorpada, de cor escura e creme denso. Tem 7,5% de teor alcoólico.

O resultado final foi a escolha da Baden Baden Chocolate, com mais da metade dos votos dos par­ticipantes, que ficaram surpresos com os diferentes estilos e as possibilidades infinitas de combinações.

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