Prova de Fogo


O empresário Sergio Waib degusta um charuto enquanto fala de Cuba, negócios e dos desafios na crise

Por João Luiz Vieira

Sergio Waib, 44 anos, é daqueles indivíduos que deixam claro, ao entrar em um ambiente, que possuem um dom que lhes permite estar seguros até entre desconhecidos. Empresário e apresentador do programa Giro Business, da Band News TV, ele é um comunicador que sabe usar, como poucos, o poder de persuasão para agregar novos amigos e parceiros de negócios.

Waib criou o Giro Business por sentir necessidade de passar a telespectadores novos conceitos de empreendedorismo e sucesso nos negócios. O programa entrou no sétimo ano com nada menos que seis inserções diárias, de seis minutos, onde ele entrevista protagonistas de toda a cadeia produtiva do setor empresarial.

Por meio de seus relacionamentos, constrói conteúdo para os programas da mesma forma que conquista novos parceiros profissionais para suas empresas nas áreas de  incorporação, seguridade e gastronomia. O paulistano, descendente de sírios e libaneses, tem uma agenda daquelas que assustam: reuniões empresariais, gravações e produções para a TV e rádio, campanhas publicitárias, dedicação à família, prática de natação e, nas poucas horas vagas, charuto, golfe e musculação.

Casado há 14 anos com Regina Moraes, com quem tem Pedro, 11, e Laura, 8, ele também é pai de Priscila, 22, de um relacionamento anterior. Com Regina, Waib faz parte do conselho no Projeto Velho Amigo, associação sem fins lucrativos, fundada por ela. A instituição tem como objetivo promover assistência ao idoso por meio de ações educacionais, esportivas, culturais e de lazer, preservando desta forma uma melhoria da qualidade de vida dessas pessoas e resgatando sua autoestima. São mais de 1.300 idosos atendidos por dia.

Sobre charutos, pode-se dizer que Waib é um apreciador relativamente recente. O empresário acredita que o ato exige maturação emocional e até física, como se o degustar a especiaria fosse a comunhão entre o que se é o que se queria ser. É nesse momento, nessa espécie de oração ao tempo, que Waib costuma refletir acerca de seus negócios e das circunstâncias em que está inserido. Otimista com a situação atual de São Paulo e do Brasil pós-eleições municipais de 2016, Waib concedeu esta entrevista dias depois da eleição de João Doria Jr. à Prefeitura de São Paulo. Confira.

 

Como empresário, você poderia nos dizer o que a crise pode nos ensinar?

Na crise, os relacionamentos se tornam importantes porque muitas portas se fecham. É importante ser credor, retribuir, gerar mais valor. É importante, mas nem todas as pessoas praticam.

O que complementa um bom charuto?

Uísque. Charuto exige que a gente esteja mais maduro para degustar, saber degustá-lo nas boas ocasiões. Comecei a me aproximar dele no Clube Caruso, no (shopping) Cidade Jardim (em São Paulo). Aqui, no Caruso Lounge, porém, pude conciliar o lado empresário e o prazer.

Sempre em boa companhia?

Gosto de fumar charuto acompanhado, sempre por uma hora, uma hora e meia. É um momento de descontração e prazer e, junto a um grande amigo, podemos produzir e expandir nossos conhecimentos.

Você já foi a Cuba?

Fiz uma viagem recente em um grupo de 14 amigos para jogar golfe. Foi uma excelente ocasião para fumar, jogando golfe. Junta um grande hobby que te permite falar de negócio. É uma oportunidade de construção. Cuba é o ápice para apreciadores de charuto. Conheci La Casa del Habano, a Fábrica de Tabacos Partagas, onde junta-se todas as experiências: manuseio, bastidores da indústria, marcas, tamanhos, bitolas, matérias-primas. Ficamos hospedados no Meliá e também num resort em Varadero. Até recentemente eu e esses 13 amigos promovemos um encontro no Caruso.

Você frequenta muito o Caruso?

Era chato fumar charuto em outros ambientes. Não era focado. Uns remetem a restaurantes com mulheres suspeitas. Outros são lugares restritos em que não se permite tratar de negócios ou falar muito da vida pessoal. No Caruso há diferentes espaços e ambientes que atendem as necessidades do empresário e dos degustadores de charutos.

Com tantos negócios, como arruma tempo para se dedicar à sua mulher e seus filhos?

Sou abençoado. Sou casado há 14 anos, tenho dois filhos com Regina, uma mulher de muito valor: Pedro, de 11 anos, e Laurinha, de 8. Tenho uma outra filha, Priscila, de 22 anos, que nasceu de um namoro meu no passado. Para mim, meu tempo para eles é qualitativo, não quantitativo. Me dedico no fim de semana, nas férias e nos feriados. O trabalho para mim é necessidade, paixão, disciplina e foco. Regina tem o “Velho Amigo” há 16 anos, projeto que cuida de velhos abandonados e me permitiu atuar como voluntário, no terceiro setor. Hoje assisto outras causas a título de retribuição.

O ÚLTIMO TERÇO DO CHARUTO

Qual o charuto que você mais aprecia?

Hoyo de Monterrey. Foi o primeiro charuto com maturidade que me deu prazer. Acabou que fiquei com gosto de quero mais e fui atrás de mais Epicure # 2.

Qual a melhor bebida para harmonizar?

Mojito, a melhor harmonização, sem dúvida, apesar de que gosto de uísque, como já disse.

Que país falta você conhecer?

Turquia. Quero que o país vire logo a página desses conflitos internos para podermos voltar a frequentá-lo. Também Dubai, e a China. Faço duas viagens religiosamente com minha família. Uma, nas férias, com meus filhos. A outra somente com Regina, para celebrar nosso casamento.

Em quais lugares gosta de fumar?

Na Fazenda Boa Vista (Porto Feliz, a 98 quilômetros de São Paulo) e Angra dos Reis (114 quilômetros do Rio de Janeiro). Charuto, para mim, é um grande amigo e psicólogo.

O que está achando dos novos rumos políticos de São Paulo, onde vive, e do Brasil?

Eu, enquanto paulista, brasileiro e empresário, tô em festa. Feliz e otimista pelos novos fatos políticos e econômicos. Há muita mão de obra desempregada, e nesse momento é obrigatório se reinventar enquanto pessoa e empresa. No pós-crise as pessoas e empresas que se reinventaram surgem mais fortes.

Cargo público?

Hoje, diria que não é a hora. Ainda tenho muito a oferecer na iniciativa privada.

Entrevista concedida a André Caruso Sacchi

 

Matéria retirada da 1ª Edição do Caruso Journal

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