Evento apresenta um crescimento de 6 vezes, e marca uma nova era no relacionamento das manufaturas nacionais com seus consumidores
A principal região produtora de tabaco para charutos do Brasil, foi palco do 2º Festival Origens, dos dias 18 a 20 de outubro. Localizada a 116 quilômetros de Salvador, a cidade de Cachoeira recebeu aficionados e profissionais interessados em conhecer um pouco mais sobre produtos que representam a região, e que são referência no mundo: cachaça, café, charuto e chocolate.
Palco de uma história centenária, o Recôncavo da Bahia é também berço do plantio de tabaco no Brasil. Nesse solo rico em cultura e em características físicas que torna o Charuto Baiano diferente dos demais em qualidade foi celebrado o 1º Festival Origens do país. Com mais de 450 anos de tradição, o território cuida desde o plantio da semente até o charuto acabado, que é comercializado para várias partes do mundo.
O charuto produzido em terras baianas detém características únicas, que garantem qualidade para competir com os demais charutos presentes no mercado mundial. Essa qualidade é conquistada por conta de diferentes aspectos peculiares do Recôncavo, em relação ao solo, clima, cultura e história. A união desses elementos aliada à expertise do saber-fazer, são ingredientes para a receita do sucesso. Não é por acaso que a região é uma das principais exportadoras de tabaco premium do mundo.
O tabaco brasileiro é muito conhecido e respeitado no exterior e vários dos charutos mais premiados do mundo utilizam deste tabaco na composição do seu blend. Manufaturas da Nicarágua, Honduras e República Dominicana utilizam matéria prima do Brasil para incrementar qualidade na produção e riqueza de sabor de seus charutos, seja na capa, capote ou miolo.
Já na sua segunda edição, o Festival se estabelece como um dos grandes eventos do mundo dos charutos e o sucesso se comprova nos números. De aproximadamente 20 participantes na primeira edição, o evento deu um salto para mais de 120 participantes e teve as vagas esgotadas com menos de dois meses após a abertura das inscrições.
O Festival foi uma oportunidade única para conhecer a cultura, história e cadeia produtiva do tabaco, além de aprender suas melhores harmonizações. Durante os três dias de evento, os participantes visitaram as principais manufaturas do país e exploraram as várias possibilidades de harmonização do bom charuto com cachaça, café e chocolate.
A abertura do evento, a exemplo de 2017, foi no charmoso Cine Teatro Cachoeirano onde todos puderam conhecer um pouco mais da longa história do tabaco no Recôncavo Baiano. Lá, Arturo Toraño, Master Blender da Menendez Amerino, foi homenageado pelos serviços prestados em prol dos charutos nacionais. De lá os participantes foram para o pátio da Pousada do Convento do Carmo onde foram recebidos com uma apresentação de música e pelas palavras de Félix Menendez, da Menendez Amerino. A noite foi a oportunidade dos participantes e organizadores se conhecerem melhor, tudo isso acompanhado do melhor da culinária baiana e, é claro, de muito charuto.
A sexta feira começou com uma visita à fábrica de uma das principais manufaturas nacionais, a Menendez Amerino. Na visitas os participantes puderam conhecer todos os processos de produção dos charutos e acompanhar de perto o trabalho da manufatura do charuto. Na própria fábrica dos famosos charutos Dona Flor e Alonso Menendez os participantes puderam conhecer mais sobre os cafés da Latitude 13. Nela, os charutos foram harmonizados com diferentes tipos de café, preparados por métodos variados.
Após a degustação o grupo foi para a fazenda da Monte Pascoal onde foi recebido com esmero pela equipe da manufatura. Chapéus Panamá, apoiadores de charutos, fitas do Senhor do Bonfim e, é claro, charutos, encantaram os participantes que desembarcavam dos ônibus para se acomodar em uma clareira na frente da fábrica onde o almoço foi servido.
Depois da boa refeição e boa conversa todos partiram para um tour na fábrica. Foi na própria fábrica da Monte Pascoal que a Rio do Engenho conduziu a harmonização de charutos e cachaças. A harmonização, conduzida pelo especialista Maurício Maia, foi feita com as cachaças prata e as reservas envelhecidas em barris de Amburana e Itaúba, com graduação alcoólica de 38%, e a reserva que passa por quatro madeiras (Amburana, Bálsamo, Louro-Canela e Itaúba) com graduação de 45%. Outra surpresa preparada pela Monte Pascoal foi o charuto distribuído para a harmonização; o cobiçado Monte Pascoal exportação que havia sido apresentado na feira Inter Tabac e havia aguçado a curiosidade dos consumidores nacionais.
O extenso dia encerrou-se com um jantar na Fazenda Casa do Morro em São Félix, com uma homenagem especial às charuteiras, figuras tão importantes na produção e na cultura do charuto.
O terceiro dia do evento começou cedo com uma visita a Terra Dannemann, na cidade de Governador Mangabeira. Os participantes puderam conhecer os processos de plantio do tabaco, desde a preparação das sementes até a imensa plantação de tabaco, desta que é uma das maiores exportadoras deste produto do mundo. Os processos de secagem e fermentação das folhas também pôde ser visto de perto nas instalações da empresa.
Após a visita à plantação, os participantes regressaram à cidade de São Félix onde puderam conhecer os processos de produção na fábrica da Dannemann e acompanhar o trabalho das enroladoras de charutos desta charmosa manufatura.
O almoço foi servido na Fazenda Santa Cruz, em Muritiba. Um belo almoço harmonizado com cervejas artesanais serviu para repor as energias principalmente pela localização da fazenda, com uma bela vista das cidades de Cachoeira e São Felix, de um ângulo privilegiado do alto da montanha.
A tarde foi reservada para a visita à fábrica da Leite & Alves. Um dos destaques desta fábrica que produz as marcas Leite & Alves, Le Cigar e Talvis é a coleção particular de antiguidades de seu proprietário, que é exibida em um pequeno museu do tabaco. Catálogos promocionais, caixas de fósforo, de charutos e caixas umidoras estão entre algumas das belas peças do acervo.
Na fábrica da Leite & Alves os participantes puderam fazer a harmonização com o último dos C’s do festival, os chocolates Sagarana.
A tarde de degustação foi seguida pelo fechamento do dia, que ficou por conta de uma apresentação cultural de dança folclórica, no salão principal do Centro Cultural Dannemann.
O jantar de encerramento, foi no jardim da fábrica Dannemann e fechou com chave de ouro o Festival Origens. O balanço final foi muito positivo e todos os participantes saíram encantados com as manufaturas nacionais, com as experiências vividas e com o festival como um todo, que surpreendeu pela organização e qualidade da sua segunda edição.
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