Rumo a República Dominicana


Aeronave Boeings 737-800, da Copa Airlines (Foto: Reprodução/Copa Airlines)

Fomos conhecer a República Dominicana, segundo maior produtor de charutos do mundo voando com a Copa Airlines

Por André Caruso e Cesar Adames

Caruso Lounge foi conferir um dos roteiros mais interessantes do Caribe, a República Dominicana, segundo maior produtor de charutos do mundo. Um destino que espera os apreciadores de braços abertos.

Copa Airlines

A Compañia Panameña de Aviación, Copa Airlines é uma companhia aérea panamenha que tem seu hub principal na cidade do Panamá. Atualmente é uma das principais companhias da América Latina, pois com uma operação centralizada no aeroporto de Tocumen consegue atender todos os países da América Central, parte da América do Norte e do Sul. Atualmente operam 80 destinos em 33 países com 315 voos diários. A empresa já ganhou diversos prêmios e é reconhecida pela sua pontualidade.

Entre Brasil e Panamá são 80 frequências semanais com saídas de Recife, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Manaus, Porto Alegre, Fortaleza, Salvador e São Paulo. Embarcamos em um dos modernos Boeings 737-800, na classe executiva com um dos melhores sistemas de entretenimento individual rumo ao Panamá e conexão para Santo Domingo.

Parada para compras

A conexão no Panamá é uma excelente opção para compras e o Duty Free Shop do aeroporto de Tocumen é uma tentação. São diversas lojas de marcas como Swarowsky, Nike, Tommy Hilfinger, Adidas, Lacoste, Mac, Mont Blanc e Rolex mas as duas maiores são a La Riviera e Attenza.

Estas duas tem o maior sortimento de perfumes e bebidas que valem muito a pena por conta de preço e exclusividade. Vários destilados são lançados primeiro no Duty Free do Panamá antes de chegarem aos mercados das Américas Central e do Sul. Uma conexão de duas horas na ida para localizar o que quer comprar e uma hora na volta para as compras é suficiente. Vale a pena levar dólares pois nem todas lojas aceitam cartão de crédito.

Rumo a Hispaniola

A ilha de Hispaniola, hoje Haiti e República Dominicana foi a primeira no novo mundo a ser colonizada pelos espanhóis. Junto com a ilha de Saint Martin é a única do caribe a ser compartilhada por dois países. Em termos de área e população é a segunda maior do Caribe, sendo superada apenas por Cuba.

Quando Cristovão Colombo desembarcou na ilha, em 1492, encontrou os índios Tainos como habitantes e logo tornou o local como primeiro assentamento europeu permanente na América e fundou Santo Domingo, primeira capital do Império Espanhol no Novo Mundo.

Depois de séculos de domínio espanhol o país tornou-se independente, em 1821. De 1916 à 1924, o país esteve sob ocupação norte-americana, seguida pela ditadura militar de Rafael Leônidas Trujilo Molina que durou até 1961. No livro “A Festa do Bode”, o escritor Mario Vargas Llosa, com uma pesquisa histórica rigorosa e uma preocupação pelos detalhes, recria uma República Dominicana de meados do século XX para recontar a história de Trujillo Molina, o Bode.

Bons indicadores

O país tem a nona maior economia da América Latina e a segunda maior na região do Caribe e América Central. Conhecido pela agricultura e mineração, o país agora está dominado pelos serviços. Uma excelente rede de telecomunicações e uma das melhores infraestruturas de transporte da região fazem contraponto com desemprego e desigualdade social.

A República Dominicana é o destino mais visitado do Caribe, seus campos de golfe são utilizados o ano todo e a produção de charutos ocupa o segundo lugar com 118,2 milhões de charutos exportados para os Estados Unidos, segundo dados publicados na Revista Cigar Aficonado em Abril de 2019.

Grandes marcas

La Aurora foi a primeira marca e fábrica de charutos no país que também produz os charutos Leon Jimenes. A Tabadom Holding Inc. produz os charutos Davidoff, Avo, Griffin’s e Zino; na General Cigars são produzidos marcas como Macanudo, Partagas, Cohiba, La Gloria Cubana, Dunhill, El Credito, CAO, Bolivar e Flor de Cano. Outro grande grupo é a Tabacalera de Garcia LTD., que produz Don Diego, H.Upmann, Montecristo, Santa Damiana, Vega Fina, Romeo y Julieta e Trinidad.

Um dos grandes ícones dominicano, o Fuente Fuente Opus X é produzido pela Tabacalera Fuente, que também produz Arturo Fuente, Ashton e Diamond Crown. Um pouco menores mas não menos importante ainda temos a Tabacalera Palma que produz o La Galera e a Tabacalera La Flor Dominicana que produz charutos com este nome.

Onde ficar e fumar

Escolhemos o Hollyday Inn Santo Domingo que apesar de ser focado em business é muito confortável com quarto amplo, piscina no ultimo andar, restaurante de cozinha internacional mas o mais importante, fica ao lado de uma das maiores tabacarias da cidade.

Fachada do Hotel Hollyday Inn Santo Domingo (Foto: Reprodução/Hollyday Inn Santo Domingo)

Saindo do hotel e virando a direita é só caminhar 50 metros para chegar a Cabinet Tabaco Boutique, um paraíso para apreciadores de charutos com grande seleção de charutos cubanos e principalmente dominicanos. São três pontos na cidade, a loja, a Cabinet Lounge e a Cabinet Aeroporto Internacional Las Americas.

Na Cabinet Lounge, que fica ao lado da Cabinet Tabaco Boutique, temos um espaço para 30 pessoas com bar completo. Petiscos e uma excelente oferta de runs locais como o Brugal fazem a festa de qualquer apreciador.
Foi lá que encontramos o charuto do ano de 2018 pela revista Cigar Aficionado, o E.P. Carrillo Encore Majestic. Produzido pela Tabacalera La Alianza S.A. na República Dominicana com tabaco da Nicarágua para Capa, capote e miolo, foi uma criação de um dos grandes master blenders da atualidade, Ernesto Perez Carrilo. O Majestic tem um preço médio de US$ 12, comprimento de 12,7 cm e ring gauge de 52. O charuto selecionado para esta degustação deixou a desejar pois apesar de ter uma fortaleza forte não evoluiu.

Fuente Cigar Club

Da Cabinet caminhando são apenas 25 minutos para chegar ao Arturo Fuente Cigar Club. Aberto em 1996, o espaço é o distribuidor exclusivo para República Dominicana dos produtos da marca Arturo Fuente como Opus X, Don Carlos entre outros.

O espaço é muito grande com vários ambientes, nas paredes prensas antigas utilizadas para da o molde nos charutos servem como decoração atualmente. São pelo menos quatro salas de estar e um grande salão onde o bar fica no centro, aos mesas ao redor e em um canto uma banda que toca todos os dias fazendo som de fundo para os apreciadores.

Escolhemos o charuto Arturo Fuente Don Carlos Eye of the Shark, no formato Belicoso que foi indicado como charuto do ano em 2017 pela revista Cigar Aficionado. O blend deste charuto lembra muito o Don Carlos lançado em 1976, com tabaco da República Dominicana mas a Capa Cameroon dá um sabor peculiar para este charuto. O formato agradou muito pelo tamanho e fluxo. No Brasil temos a marca Fuente a venda mas lamentavelmente não este formato.

Charuto Arturo Fuente Don Carlos Eye of the Shark (Foto: via Halfwheel.com)

Ultimas baforadas

Esta cada vez mais difícil encontrar locais para degustar um charuto nos aeroportos pelo mundo. Tivemos a sorte de encontrar mais uma loja da Cabinet no Aeroporto Internacional Las Americas. A grande surpresa além do local foi ter encontrado uma última caixa do charuto No. 1 de 2016 pela revista Cigar Aficionado.

O La Flor Dominicana Andalusian Bull é um charuto figurado no estilo Salomones com 15,2 cm de comprimento e ring gage de 64 (2,5 cm de diâmetro). Ele utiliza miolo e capote da República Dominicana e capa do Equador produzido Tabacalera La Flor S.A.

A história deste produtor é bem interessante, Litto Gomez nasceu na Espanha, cresceu no Uruguai e chegou na República Dominicana em 1994, sem descendência e tradição cubana e nem conhecimento nenhum do negócio de tabaco. Seus primeiros charutos era bastante suaves mas aos poucos foi ganhando experiência e reconhecimento. Outro charuto que ele produz e vale a pena experimentar é o Chisel, um formato que quase ninguém produz com acabamento que parece um bico de pato.

O Andalusian Bull de sabor médio a forte harmonizou muito bem com um café dominicano e foi o timing perfeito para a chamada de nosso voo e retorno para casa.

La Flor Dominicana Andalusian Bull (Foto: via cigar.com)
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