Com motor de dois cilindros mais progressivo, controle de tração e freios ABS, a Multistrada 950 tem versatilidade para também encarar terra.
A Ducati Multiestrada 950 tem uma proposta mais amigável que a irmã maior, a Multistrada 1200. São 47 cv a menos de potência (160 cv da 1200 ante 113 da 950) e chega ao mercado brasileiro produzida na fábrica de Manaus, depois de ser lançada mundialmente já cerca de um ano. A 950 oferece mais maneabilidade, mas não perde a pegada esportiva.
O jeitão big trail da linha Multistrada foi mantido, com posição de pilotagem mais relaxada e maior altura. Porém, tem um pé um pouco mais no asfalto para encarar grandes distâncias sem reclamar, equipada com rodas em liga leve com aros de 19 polegadas na dianteira e 17 na traseira.
O lado fora de estrada está presente nas suspensões de maior curso, nos pneus Scorpin Trail II, de utilização mista e na ergonomia que permite rodar na terra controlando o atrevimento, mas com muita diversão, ampliando a versatilidade. Para tanto, a eletrônica se faz presente generosamente no gerenciamento do motor e dos freios, ajustando a tocada. O pacote tem quatro modos de motor, três de ABS e oito níveis de controle de tração, que podem ser regulados, ou até mesmo desligados para uma pilotagem mais radical, com mais adrenalina.
O motor tem a tradicional configuração de dois cilindros, dispostos em “L”, marca registrada da Ducati, com 937 cm3, batizado de Testaestretta (herdado da Hypermotard), comando desmodrômico, que fornece 113 cv a 9.000 rpm e um torque de 9,8 Kgfm a 7.750 rpm. Entretanto, a forma de entrega pode ser modulada. No modo Touring, os 113 cv chegam à roda de forma mais progressiva, enquanto o controle de tração vai ao nível 5 e o ABS ao nível máximo de 3. No modo Esportivo, a potência é despejada direto e os níveis de controle de tração e ABS reduzidos.
No modo Urban, para rodar nas ruas, a potência é reduzida para 75 cv e entregue de forma mais gradual e a atuação do ABS e controle de tração, aumentados. No modo Enduro, para encarar terra, a potência também é fixada em 75 cv com respostas progressivas, o controle de tração reduzido para o nível 2 e o ABS para o nível 1, que também pode ser desligado. Porém, toda vez que o motor é religado, o ABS volta a atuar. O pacote também permite um ajuste pessoal, que pode ser memorizado, entre níveis de atuação de controle de tração e ABS e o pára-brisa regulado manualmente.
Andando
O banco em dois níveis encaixa bem o piloto, mas, reduz a movimentação no fora de estrada. Por outro lado, a altura fixa em 840 mm, sem possibilidade de regulagem (só como opcional), não assusta. Faz parte do meio termo proposto que reúne a maneabilidade de um modelo menor que da Ducati Multistrada 950, com o desempenho semelhante a uma maior e que ainda roda em dois mundos. Asfalto e terra. O motor não tem a “brutalidade” da irmã maior, mas a progressividade permite uma pilotagem com boas retomadas, traduzidas em maior controle, com o suporte do quadro em treliça..
O aro dianteiro com 19 polegadas segue a cartilha. Vence o rali diário sem tanto desconforto e não impede mudanças de direção mais rápidas exigidas nas curvas. As suspensões, entretanto, encaram o que vier. Invertida na dianteira (Kayaba regulável) e com balança dupla em alumínio na traseira (Sachs), com regulagem manual, possuem 170 mm de curso. Os freios com a grife Brembo, duplo disco de 320 mm e pinças radiais de quatro pistões na dianteira e disco simples na traseira, brecam um caminhão trucado. A Ducati Multistrada 950 tem preço sugerido de R$ 59.900.
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