Caruso Lounge reúne os aficionados por charutos e amantes da sinuca em um só lugar
Por André Caruso
Pode até parecer que não, mas as diferentes artes de jogar sinuca e fumar um charuto têm coincidências, principalmente por se tratar de duas atividades que parecem simples ao olhar, mas que necessitam de toda uma preparação prévia para que os praticantes cheguem ao ápice, além de uma grande preocupação com a qualidade.
Antes taxada como jogo de boteco, a sinuca passou por um grande processo de transformação. Com o passar dos anos foi reconhecida como esporte, ganhou competições oficiais, passou a servir como opção de lazer na maioria dos clubes, condomínios e casas e, nos últimos tempos, também vem assumindo o protagonismo em bares especializados. Quem pratica o esporte de verdade garante que ele não é só um jogo, é quase um ritual que envolve desde a atmosfera, que preferencialmente deve ser de absoluto silêncio, até a preocupação com a mente e o posicionamento do corpo e dos braços.
“A sinuca é um esporte que exige concentração e foco. Além disso, para que a jogada saia com perfeição, o corpo todo precisa encontrar a posição adequada. É como se o taco, as bolas, sua mente e corpo, fossem unidos em um só. Uma harmonia emocionante, que te transporta para um universo de pura estratégia, condicionamento físico e adrenalina, vulgarmente chamado de sorte por quem ainda não veio conhecer as técnicas”, explica a instrutora e campeã de sinuca, Silvia Taioli, lembrando que a repetição e o empenho são dois fatores fundamentais para formar um bom jogador.
De fato, a prática é o que leva a perfeição. Porém, há variáveis externas que podem ajudar ou atrapalhar os jogadores, entre eles, a qualidade do equipamento utilizado e também da mesa onde a partida é jogada. “Um bom material é fundamental para uma tacada perfeita. Hoje, existe uma infinidade de ofertas de produtos e acessórios no mercado, porém raramente há uma preocupação com a qualidade e durabilidade do produto associada à qualidade de jogo. Por isso, é importante prestar atenção antes de se culpar por uma jogada ruim. Também deve ser dada uma atenção especial à mesa de sinuca, que deve conter uma estrutura resistente. A pedra alinhada e o tecido no campo de jogo são outros fatores que vão determinar o resultado do seu jogo”, afirma João Palma, CEO da Diverplay, maior distribuidora e fabricante de bilhar do Brasil, e idealizador da Montante Sports.
O mesmo cenário é visto com os charutos, onde a qualidade dos acessórios é fundamental, da mesma forma que a necessidade de seguir alguns preceitos corretamente. O charuto não foi feito para satisfazer a necessidade de tabaco, mas para constituir um prazer para os olhos, nariz, paladar e o tato – corpo e mente mais uma vez harmonizados. Apreciá-lo demanda um ritual que leva ao menos uma hora para ser concluído. Da escolha do charuto perfeitamente conservado em caixas criadas para manter a umidade adequada (65% a 70%), ao corte com guilhotina e o pré-aquecimento com maçarico. Tudo deve ser feito com perfeição antes da primeira baforada.
“Encontrar charutos de boa procedência é o primeiro passo, assim como observar as condições. Sempre evite charutos duros demais ou com saliências em sua construção. A oleosidade das capas é um bom sinal, já que o charuto bem ressecado apresenta uma capa bastante áspera, sinal de que foi mal armazenado ou é de má qualidade. Na hora de fumar, o ideal é cortar a ponta com um cortador apropriado. Antes de acender, a pessoa deve ainda aquecer a ponta com a chama, além de girar para que o charuto queime uniformemente. Também é importante usar fósforo, isqueiro a gás ou uma lasca de folha de cedro para acender. Isqueiro com fluido de petróleo não é recomendado, pois o charuto absorverá seu cheiro característico”, explica André Caruso, dono da charutaria Caruso Lounge, que reúne em um só local os amantes da sinuca e dos charutos.
Matéria retirada da 4ª Edição do Caruso Journal
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