Uma polêmica envolve Habanos S.A. e a família Robaina, em Cuba
Por Alexandre Avellar
O Festival del Habano aconteceu em fevereiro em meio a uma grande polêmica envolvendo a Habanos S.A. e a família Robaina.
O desconforto teve início com a divulgação da lista de charutos que serão descontinuados pela empresa neste ano, na qual a bitola Don Alejandro, a Double Corona da Vegas Robaina, figura entre os “deletados”.
A retirada da bitola em homenagem a Don Alejandro soou como um desprestígio e, para alguns, um desrespeito à memória dele, falecido em 17 de abril de 2010. Ela se junta às bitolas Clássicos e Familiar, que haviam sido descontinuadas em 2012, deixando somente duas em produção regular na marca. Um agravante é que o anúncio ocorre exatamente no ano do 20º aniversário da casa.
O Festival del Habano sempre celebra estas datas para lançar novas bitolas ou anunciar alguma produção especial. Foi assim com os 80 anos de Montecristo, os 50 de Cohiba, os 20 da Cuaba e até mesmo os 25 da La Casa del Habano. Isto para citar somente as homenagens dos últimos dois anos. Em 2017, nenhuma menção à Vegas Robaina.
Alguns especialistas dizem que já há alguns anos as relações entre a Habanos S.A. e a família Robaina estão estremecidas, devido a algumas decisões tomadas por Hirochi Robaina – neto de Alejando, e atualmente homem à frente das plantações da família – de empreender na produção de tabaco fora de Cuba. Até mesmo uma nova marca de charutos foi criada por Hirochi para explorar o mercado norte-americano que se utiliza de identidade visual muito similar à da Vegas Robaina.
O fato é que é inegável que, com somente duas bitolas, a marca perde prestígio e passa a estar cada vez menos presente nas prateleiras das lojas ou nos umidores dos charuteiros. Uma pena para uma fabricante com uma história tão rica e que representa tanto para o mundo dos charutos.
Matéria retirada da 2ªEdição do Caruso Journal
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